A Cédula Falsa


Na ocasião em que aconteceu essa história, eu só saía do meu trabalho depois de fazer todo o serviço do dia, extrapolando em duas ou três horas o meu horário normal de trabalho. E meu chefe nem sequer me pagava hora extra! 

Mas um dia, o Senhor transformou essa realidade, usando uma situação inusitada que aconteceu.

No início do expediente de trabalho daquele dia, o meu chefe me passou uma certa quantia em dinheiro, para o meu uso naquele dia, no caixa da agência. Porém, notei que no meio das cédulas de 50 reais havia uma cédula falsa.

Fui então até o meu chefe, e notifiquei a ele aquela situação. Mas ele se isentou da responsabilidade, alegando que aquele dinheiro era eu mesma que havia passado para ele no dia anterior, e que ele simplesmente guardara sem conferir, e me passou de volta naquela manhã.

Fiquei triste quando ouvi a resposta dele, pois eu teria que repor o dinheiro do meu bolso.

Lembrei então que um outro colega também havia manuseado aquele dinheiro no dia anterior. A nossa rotina no final da tarde daquele dia, conforme já vinha ocorrendo todos os dias, era assim: quando acabava o meu horário, esse colega acessava o sistema com a sua senha, e eu processava o movimento do final do dia com a senha dele. E ele, por sua vez, me ajudava contando e arrumando as cédulas. Essa prática de trabalhar com a senha de colegas após o término do nosso horário era fruto de constrangimento por parte dos nossos superiores, que, por algum motivo, não pagavam as horas extras aos funcionários. Outros colegas também costumavam sofrer esse abuso. Mas ninguém conseguia lutar contra isso.

Fui até esse colega também, mas ele da mesma forma se isentou da responsabilidade, dizendo que o problema era meu, e eu é que teria que resolver sozinha, pois ele tinha certeza que havia feito a conferência correta, e não detectara nenhuma cédula falsa.

Fui então para casa almoçar, triste com aquela situação, pois estava diante de um impasse com meus colegas: O erro tanto podia ter sido realmente meu, como deles; mas não havia como nenhum de nós comprovar quem de fato errou. 

Antes de voltar do almoço, orei ao Senhor, pedindo que Ele me desse calma. Pedi também ao Senhor que me aconselhasse na Sua Palavra, me ajudando a dizer as palavras certas, e não revidar com ira.

Conforme meu costume, abri a Bíblia, a Palavra de Deus, buscando um consolo. Fiquei maravilhada pela forma como Ele falou comigo. O texto que abri foi em I Pedro 2:22,23, que dizia: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente.” Percebi que o contexto se referia aos servos serem submissos, e continuarem a praticar o bem, mesmo quando perseguidos injustamente pelos seus senhores.

Voltei ao trabalho tão feliz com essa palavra, que estava disposta até mesmo a pagar os 50 reais, sem questionar mais nada. Queria agora seguir o exemplo do Senhor Jesus que, sendo Rei, se tornou servo humilde.

Ao chegar no meu local de trabalho, o Senhor operou de forma grandiosa: o meu colega, ao conversar novamente comigo sobre aquele assunto, se mostrou disposto a pagar a metade dos 50 reais. E disse mais: falou que, a partir daquele dia, não queria mais fazer o jogo dos nossos chefes, e não iria mais abrir o sistema com sua senha para eu trabalhar sem ganhar nada.

Muito glorifiquei ao Senhor quando ele disse isso!

E foi assim que o Senhor me deu a vitória, pois precisei pagar apenas a metade do valor daquela cédula falsificada, o que achei justo. E a vitória foi ainda maior: eu não teria mais que trabalhar fora do meu horário sem receber. Isso nunca mais aconteceu dali em diante! 


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Experiência vivida e narrada pela autora deste blog.

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